quinta-feira, 31 de março de 2011

To Lola

corro corro
morro
corro corro
vivo
corro corro
corro
vivo vivo
morto
sopro, sopro
sopro, assopro
mordo
corro corro corro corro corro
morro
mudo
mundo
surdo
cego
sigo
vivo
amo
corro corro
caio
morto.

quinta-feira, 3 de março de 2011

olhos de girassol

nada na boca
palavras mudas
letras curtas
curvas certas
vozes lerdas
cores incertas
dislexas
desconexas
desconvexas
desertas
mortas folhas d'ouro
que se espalham em seu pêlo
corpo
cabelo
espelho
espero seu desalento
seu suspiro de desespero
me apego ao seu desapego
me enlaço em suas lágrimas
me corto em seus braços
me sangro em seu riso
e me jogo em seus abraços.

furto luto

teus olhos fundos
tua boca seca
e tuas maçãs esbranquiçadas
não dizem nada

seu peito indiferente
suas mãos frias
palavras vazias

você me diz que acabou
que tudo derreteu
tudo morreu
e a poesia sem rima, fria, ruim, sínica
é a herança desse amor

o amor que se foi
por pouca confusão
muitas certezas
poucas clarezas

we're lost in a cloud

e estavamos juntos a se perder,
a rodar, a cair...
Iamos sem rumo atrás de uma nuvem que nunca existiu,
mas nunca a perdemos de vista..
talvez fosse a nuvem da eternidade..
iamos correndo e nós perdemos no abismo dessa nuvem
até hoje não sei quem foi que caiu
mas já não importa, pois como dissestes "..toda nuvem é feita pra chover"